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27 novembro 2017

Charles Manson e o fascínio que sua figura exerce.

Charles Milles Maddox, ou Charles Manson como ficou conhecido, foi o fundador e líder de uma seita pseudo religiosa que cometeu vários assassinatos nos anos 1960, entre eles o da atriz Sharon Tate (na época, grávida de oito meses de Roman Polanski, diretor de cinema). Preso e condenado à morte em 1971 (pena que acabou virando prisão perpétua), morreu cumprindo a mesma, em 19 de novembro de 2017 na Penitenciária Estadual de Corcoran. 
Mas, porque todo esse fascínio?
Filho abandonado de uma prostituta e um alcoólatra, Charles Milles Manson nasceu 1934, viveu quase toda a sua vida em reformatórios juvenis e quando atingiu a maioridade, saiu para a prisão, onde viveu até os 33 anos. Logo após sua soltura, criou uma comunidade alternativa - o início de sua seita - em um rancho perto de Los Angeles, chamado Spahn Ranch. Essa comunidade tinha o propósito de criar um método de vida, baseado em leituras ocultistas de satanismo, conectado com o cosmos, sem respeito à ordem e as leis, auto suficiente e, claro, com muita droga, principalmente, LSD. Ele chamava o grupo de "Família Manson". Esse grupo idolatrava as ideias de Manson e acreditavam que ele seria a reencarnação de Cristo. E assim passavam os dias - drogados, rezando pelo seu "salvador" e felizes. 
Mas, para manter o padrão de vida que gostavam, passaram a assaltar e roubar o que encontravam, principalmente, nos bairros de Los Angeles - locais de ricos e abastados. E drogados, passaram também a matar. Foi quando, a atriz Sharon Tate, esposa do cineasta Roman Polanski, foi assassinada pelo grupo de Manson, que invadiu a casa do casal em Bel Air. Tate estava grávida de 8 meses, e mesmo assim foi esfaqueada, espancada e torturada até a morte - chegaram a usar seu sangue para escrever mensagens nas paredes ("porcos", "morte aos porcos" e "helter skelter").
E foi aí que ele e sua "família" se tornaram conhecidos. Quanto mais se aprofundavam nas informações sobre os porques de tantos crimes mais aterrorizavam a todos. 
E desde então, as obras mostrando (e tentando explicar) esses crimes não pararam mais de ser aparecer na mídia. Produzidas pelo cinema, tv, teatro e, até, pela música, mostram de diversas formas os crimes do grupo - Além das muitas músicas, escritos e poesias criadas pelo assassino.
Em 2015, a série Aquarius: Os Crimes de Charles Manson, resolveu tentar dissecar a "família Manson" e os assassinatos cometidos década de 1960. Gethin Anthony, o Renly Baratheon de Game of Thrones, vive o criminoso no drama da NBC, que ainda conta com David Duchovny (Arquivo X, Californication) e Grey Damon (Percy Jackson e o Mar de Monstros no elenco.

Antes, em 2003, Jim Van Bebber dirigiu The Manson Family,  que teve Marcelo Games no papel do infame psicopata. O filme mostra as mudanças da Família Manson que, de um grupo de hippies e seu amor livre, mudaram para algo o terror que praticavam. 

Em 1989, o documentário Charles Manson Superstar, dirigido por Nikolas Schreck, foi lançado foi quase todo rodado dentro da Prisão de San Quentin, onde Manson cumpriu parte da pena.

O documentário Helter Skelter foi dirigido por Tom Gries, foi baseado no livro de mesmo nome  e retrata o julgamento de Charles Manson após os assassinatos de Tate-LaBianca.

Já The Six Degrees of Helter Skelter, de 2009 (dirigido e apresentado por Scott Michaels) mostra mais de 40 locações relacionadas aos vários assassinatos, como a casa em que Mason passou os últimos dias de liberdade - antes de ser preso, claro.

The Other Side of Madness - ou The Helter Skelter Murders, como ficou conhecido - mistura documentário e as imagens sobre os assassinatos com cenas fictícias dirigidas por Frank Howard.

Além desses, temos ainda outros de menor importância, obras ficcionais e documentários, peças de teatro e, até mesmo, músicas. Nine Inch Nails, Neil Young, Ozzy Osbourne, System of a Down, Ramones, Sonic Youth, Kasabian e até Beatles fizeram referência ao criminoso em alguma obra. Mas, nada se compara a Marilyn Manson, que não só o idolatra em algumas músicas, como também, o reverencia com o seu nome artístico (se é que se pode dizer assim) e, o pior caso (para mim), Guns N' Roses, que comprou os direitos e chegou a gravar Look at Your Game, Girl, escrita pelo criminoso em 1967.

Logo após ser preso, em 1971.
Seus crimes, modo de vida, sua história (por assim dizer) deram origem ao livro Helter Skelter, título inspirado na música dos Beatlesonde Manson alegava ter descodificado mensagens que levaram aos crimes de homicídio

19 novembro 2017

Morreu Malcolm Young, líder e fundador da banda AC/DC.

Malcolm em 2014.
Quando se pensa em hard rock a primeira lembrança é AC/DC e quando se pensa na banda, lembramos primeiro do seu guitarrista-símbolo. Mas, Malcolm Young não solava ou simbolizava o grupo, ele era muito mais que isso tanto que, era chamado de ‘arquiteto’, pois tudo passava por ele.

Ele foi o líder da banda, seu guitarrista-base, letrista, arranjador (até dos vocais), produtor, criava os rifs e dava dicas nos solos do irmão mais famoso. Simples-mente, não se importava em ser a estrela, ficava mais atrás, fazendo as bases da melodia, para que os solos da guitarra de Angus e os vocais de Bon Scott ou Brian Johnson brilhassem.

Em 2014, ele foi diagnosticado com demência (uma série de doenças que levam à perda das capacidades intelectuais e debilitam todo o sistema nervoso). Mas, vale lembrar que, o músico já havia se afastado por problemas com álcool e, em outubro passado,
logo após a morte de George (irmão mais velho e produtor da banda), se noticiou que ele estava com problemas pulmonares e cardíacos.
Malcolm, Bon Scott, Angus, Cliff Williams e Phil Rudd, em 1979. 
Malcolm Young nasceu em Glasgow, na Escócia, no dia 06 de janeiro de 1953 e, aos dez anos, mudou-se (com a família) para Sidney, na Austrália. Dez anos depois, em 1973, nascia o AC/DC e tinha como principal característica os solos de Angus e a voz marcante de Bon mas, sempre com a liderança e a sólida base rítmica de Malcolm. Apesar das várias mudanças que a banda sofreu, a sua formação se estabilizou com os irmãos Malcolm e Angus nas guitarras, o baixista Cliff Williams, o baterista Phil Rudd e o vocalista Bon Scott. Com a morte de Scott, em 1980, o escocês Brian Johnson assumiu os vocais seguindo a mesma linha que tanto sucesso fez. Essa linha, foi desenvolvida por Malcolm e George Young, o irmão mais velho que havia sido guitarrista dos Easybeats, uma banda pop dos anos 60 e foi o produtor dos primeiros discos do quinteto. Mas o sucesso só chegou quando eles passaram a trabalhar com John “Mutt” Lange, o produtor sul-africano que desenvolveu a sonoridade mais agressiva do AC/DC.
Guitarrista-base e vocal de apoio, esse era o papel de Malcolm.

Em 2014, ele se afastou da música (diagnosticado com demência) ficando de fora do último álbum do grupo,’Rock or Bust’, quando foi substituído pelo sobrinho Steve Young.

Segundo o comunicado da banda, ele "morreu tranquilamente com sua família ao seu lado" e deixa deixa a esposaLinda, os filhos Cara e Ross, três netos, uma irmã e o irmão Angus Young.
Sem Malcolm e George, Angus é o único dos irmãos Young vivo.
A família pediu que, em vez de flores, quem quiser homenagear Malcolm, façam doações para o Exército da Salvação.

16 novembro 2017

Feira do Livro de Porto Alegre, uma anciã de 62 anos!!!

A primeira Feira do Livro, em 1955.

A primeira edição da Feira do Livro de Porto Alegre foi inaugurada em 16 de novembro de 1955 pelo seu idealizador, o jornalista Say Marques, diretor do Diário de Notícias que, inspirado numa feira que visitara na Cinelândia (Rio de Janeiro), reuniu livreiros e editores da cidade e criaram uma das feiras literárias mais antigas do país e uma das maiores da América do Sul.



O objetivo era melhorar as vendas das editoras daqui e popularizar o livro. Na época, livros, livrarias e editoras eram consideradas coisas da elite. Resolveram, então, criar uma feira, onde se pudesse mostrar os lançamentos, dar descontos e, na medida do possível, unir escritores e leitores na praça. Tanto que, o lema da primeira foi: Se o povo não vem à livraria, vamos levar a livraria ao povo. E assim, a praça da Alfandega, um dos locais mais movimentados da capital recebeu a primeira edição - na época, contava com apenas 14 expositores, em bancas montadas pelos carpinteiros da Livraria e Editora Globo.


Na segunda edição do evento, iniciaram as sessões de autógrafos. Na terceira, passaram a ser vendidas coleções pelo sistema de crediário. Nos anos 70, a Feira assumiu o status de evento popular, com o início da programação cultural. A partir de 1980, foi admitida a venda de livros usados.


Foi nos anos 90 que a Feira ampliou-se, obrigando aos seus visitantes algumas voltas a mais, com um número maior de barracas e usos de novos espaços, incorporando a suas atividades encontros com autores, além dos tradicionais autógrafos. Em 94, algumas alamedas ganham coberturas, pois é histórica a relação da Feira com a chuva. No ano seguinte, 95, passa por uma processo de profissionalização, buscando o apoio decisivo das Leis de incentivo à Cultura e, também, criando um espaço para os novos leitores, crianças, jovens e adultos em fase de alfabetização. A Feira acompanha a transformação e internacionalização da cidade de Porto Alegre, que passa a receber grandes festivais e exposições (como o Porto Alegre em Cena e a Bienal do Mercosul).

No inicio dos anos 2000, a partir de conquistas na área do patrimônio e criação de novos centros culturais no entorno da Praça da Alfândega (como o Santander Cultural, o Centro Cultural CEEE Erico Verissimo, além dos já existentes Margs e Memorial do RS), a programação cultural da Feira do Livro cresce em número de autores participantes e público visitante.
Desde 1965, a Feira mantém a tradição de eleger um patrono para cada edição. A escolha é feita pelos associados da Câmara Rio-Grandense do Livro e outros representantes da cultura do estado. Alcides Maya foi o primeiro e Valesca de Assis a atual. Mas, a lista é grande, confira em 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_patronos_da_Feira_do_Livro_de_Porto_Alegre

09 novembro 2017

‘O Diário de Anne Frank’ ganha versão em HQ e animação

Um diário pessoal, de uma menina de 13 anos, mostrou ao mundo como os nazistas caçavam, enjaulavam e matavam os judeus. E 75 anos após o fim da grande guerra ele continua marcando.

O Diário de Anne Frank mostra o dia a dia de uma família durante os primeiros anos da ocupação nazista e o risco de morte que isso trazia. A menina e seus familiares sobreviveram, escondidos, por exatos 743 dias no anexo de um apartamento em Amsterdã - a capital holandesa havia sido ocupada pelo exército alemão. Publicado há sete décadas, o Diário tornou-se um clássico mundial e o maior sobre o holocausto, chegando à marca de 50 milhões de cópias vendidas. E já foi mostrado de diversas formas: cinema, tv, teatro e outras formas.
Pois agora, o documento escrito por Anne Frank ganha duas novas versões e com uma leitura mais aberta às novas gerações. Os quadrinhos.

O Diretor de cinema e roteirista Ari Folman e o desenhista David Polonsky criadores de A Valsa de Bashir (aclamada animação vencedora do Globo de Ouro de filme estrangeiro e indicada ao Oscar, em 2009) lançam O Diário de Anne Frank em quadrinhos e preparam uma versão para o cinema. A adaptação para os quadrinhos está sendo publicada em mais de 50 países e foi apresentada em Paris. 
Converter o livro para graphic novel exigiu dos autores um brutal esforço de concisão. Se fosse transposto na íntegra, a obra em quadrinhos teria 3,5 mil páginas. O diário gráfico foi, então, sintetizado e adaptado por Folman. Sua maior riqueza em relação ao texto original talvez seja o fato de ter sido imaginado e traduzido para os quadrinhos pelos traços de Polonsky, exatamente como foi escrito o original escrito por Anne Frank até sua morte, no campo de concentração de Bergen-Belsen, em março de 1945.
A adaptação mostra a incompreensão e angústia do início da perseguição e também as dúvidas e sonhos (com pitadas de humor, típico da adolescência). 
“À noite, costumo ver longas filas de gente boa e inocente com crianças chorando, andando sem parar até quase caírem. Ninguém é poupado. Doentes, velhos, crianças, bebês, todos são forçados a marchar em direção à morte”, escreve Anne Frank, no original e mantido pelos idealizadores. As ilustração trazem rostos magros, olhos tristes  e mãos ao alto que falam por si. Cheias de medo, como foi de fato.
Em Paris, durante a apresentação, os autores comentaram sobre o desafio de trazer o texto para as novas gerações, usando para tanto, uma linguagem mais atual e marcante. Folman lembrou, ainda, do impacto da leitura do Diário de Anne Frank quando se é adulto, e disse ter imaginado um livro voltado para crianças e adolescentes. “Um jovem não consegue apreciar o valor literário do livro como um adulto”, lembra Polonsky. Por isso, os autores frisaram, na adaptação aos quadrinhos, os temas que atravessam o imaginário dos jovens. “Quando se é adulto, lê-se o diário sob o prisma de uma adolescente falando de você, adulto. Quando se lê ainda garoto se tem outra perspectiva”, explicou Folman. “Adolescentes e crianças, em especial meninas, vão encontrar o que eles precisam no diário original: a relação com a mãe, com outras crianças, o amadurecimento sexual.”
Isso não significa, porém, que a versão em quadrinhos seja infantilizada demais ou tenha perdido seu caráter político. O contexto opressor da guerra é onipresente. Em um deles, a família aparece adormecida em torno da mesa de jantar, e no texto se lê: “Querido Kitty, o número de ataques aéreos britânicos cresce a cada dia. O Hotel Carlton foi destruído. Aviões ingleses carregados de bombas incendiárias caíram bem em cima do Clube dos Oficiais Alemães. Não temos uma boa noite de descanso há séculos”, conta Anne em quadrinho ilustrado com a cidade em chamas.
O diário gráfico e a versão para o cinema tem a missão a de ajudar a eternizar a história do holocausto entre novas gerações.

03 novembro 2017

Halloween, o Dia dos Mortos e o que Orson Welles tem a ver com isso.

Mundialmente conhecido como Halloween, aqui no Brasil e em outros países latinos é chamado de Dia das Bruxas. Nessa data (feriado em alguns países, inclusive) tem-se o hábito de assustar as pessoas, ir de porta em porta pedindo guloseimas, enfeitar as casas com símbolos "assustadores" e participar de festas a fantasia vêm se tornando mais comuns. Mas, de onde vem essa cultura?


A origem desses costumes tem muito pouco a ver com o significado que essa festa popular adquiriu com o passar do tempo. O Halloween tem suas raízes na cultura européia, mais precisamente no Reino Unido e não na cultura americana, como muitos pensam. Seu nome deriva de "All Hallows Eve". Os ingleses usavam os termos da cultura celtas "Hallow"  e "eve" que, na lingu-agem antiga queria dizer "santo" e "véspera". Ou seja, fazia referência, até o século 16, à véspera (noite anterior) ao Dia de Todos os Santos, celebrado em 1º de novembro.

Além da explicação etimológica, a cultura religiosa-pagã tem outra origem para o Halloween moderno. E bem diferente.

Durante o século 17 acontecia um festival pagão que fazia referência a origem do Halloween: o festival celta de Samhain ou simplesmente,  "fim do verão".

O Samhain durava três dias, começando em 31 de outubro e era uma homenagem ao "Rei dos Mortos". O ritual do Samhain era marcado pela fogueira e celebrava a abundância de comida após a época de colheita. Porém, sua comemoração, linguagem e simbologia mudavam conforme a região.

Galeses celebravam o seu "Calan Gaeaf", assim irlandeses e escoceses também tinham o seu Samhain.


O Dia das Bruxas como conhecemos hoje, tomou forma por volta do século XV, quando fogueiras tornaram-se populares a partir do Halloween. Elas eram usadas na queima do joio (que celebrava o fim da colheita no Samhain), como símbolo do rumo a ser seguido pelas almas cristãs no purgatório ou para repelir a bruxaria e, principalmente, a peste negra.

Outro costume de halloween era o de prever o futuro - previa-se a data da morte de uma pessoa ou o nome de seu futuro marido ou mulher. Existia até escritos, como o poema do escocês Robert Burns que descreve as formas pelas quais se podia descobrir quem seria seu grande amor.

Alguns dos rituais de adivinhação são usados até hoje, nas festas, como, por exemplo, "pescar" maçãs numa tina com água, com a boca, e adivinhar as iniciais, "ler" cascas de noz ou olhar um espelho e pedir ao diabo para revelar a face da pessoa amada.

Durante o festival, na Europa, as igrejas badalavam seus sinos por toda a noite. Uma prática tão incômoda que fez o rei Henrique 3º e a rainha Elizabeth tentaram proibi-la, mas não conseguiram. 

E a festa chegou à América... 

Durante o período conhecido na Irlanda como a "Grande Fome" mais de um milhão de pessoas imigraram para os EUA, levando as suas tradições. Não por acaso, as primeiras referências ao halloween, na América, aparecem pouco depois disso. 

A princípio, as tradições do Dia das Bruxas nos Estados Unidos uniam brincadei-ras comuns no Reino Unido rural com rituais de colheita americanos. As maçãs usadas para prever o futuro pelos britânicos viraram cidra, servida junto com rosquinhas, ou doughnuts em inglês. O milho era uma cultura importante da agricultura americana - e acabou entrando com tudo na simbologia caracterís-tica do Halloween americano. Tanto que, no início do século 20, espantalhos - de colheitas de milho - eram muito usados em decorações do Dia das Bruxas.

Foi nos EUA também que a abóbora passou a ser sinônimo de halloween. No Reino Unido, o legume mais "entalhado" ou esculpido era o turnip, um tipo de nabo. Uma lenda sobre um ferreiro chamado Jack que conseguiu enganar o dia-bo e vagava como um morto-vivo deu origem às abóboras iluminadas que se tornaram o principal símbolo do halloween americano.

Já a tradição de "doces ou travessuras" é bem americana. Na Europa medieval pedia-se repolhos, nos EUA doces, a partir dos anos 1920.

Mas, as brincadeiras podiam ficar violentas, como ocorreu durante a Grande Depressão, e se popularizaram de vez após a 2ª Guerra Mundial, quando o racionamento de alimentos acabou e doces podiam ser comprados facilmente.

Mas o que Orson Welles tem a ver com o halloween?

Wells durante a transmissão de Guerra dos Mundos
A tradição mais popular do Halloween (fantasias e sustos) veio após a trans-missão da adaptação do livro Guerra dos Mundos, do escritor inglês H.G. Wells, que gerou uma grande confusão quando foi ao ar, em 30 de outubro de 1938. Ao conclui-la, o ator e diretor americano Orson Welles deixou de lado seu personagem para dizer aos ouvintes que tudo não passava de uma pegadinha de Halloween e comparou seu papel ao ato de se vestir com um lençol para imitar um fantasma e dar um susto nas pessoas.

Hoje, o Halloween é o maior feriado não cristão dos Estados Unidos. Em 2010, superou tanto o Dia dos Namorados quanto a Páscoa como a data em que mais se vendem chocolates e, com o passar dos anos, foi "exportado" para outros países, entre eles o Brasil. Por aqui, desde 2003, também se celebra neste mesma data o Dia do Saci, fruto de um projeto de lei que busca resgatar figuras do folclore brasileiro, em contraposição ao Dia das Bruxas.


Feliz Dia das Bruxas... ou Halloween, como preferir.

02 novembro 2017

Dia dos Mortos, um evento cultural.

Algumas culturas ao redor do mundo têm suas particularidades e tradições a respeito do dia dos mortos, a data para visitar as sepulturas dos entes queridos. Em muitas, estas tradições se transformam em festas com comidas e bebidas. E muitos podem pensar que é a data é apenas uma cultura mexicana mas não, ela é mundial. Unesco, inclusive, declarou a data como Património Imaterial da Humanidade.
Diferenças sociais não significam nada, diante da morte.
Mas, como começou isso?

No México, o dia dos mortos é uma celebração de origem indígena, que honra os falecidos no dia 2 de novembro. Começa no dia 31 de outubro e coincide com as tradições católicas do Dia dos Fiéis Defuntos e o Dia de Todos os Santos. Além do México, também é celebrada em outros países da América Central e em algumas regiões dos Estados Unidos, onde os mexicanos se estabeleceram e são anteriores à chegada dos espanhóis. Astecas, maias e outros povos já praticavam o culto.

Nos Eua e em países sul-americanos não é diferente, principalmente nos locais de forte concentração de mexicanos, como Arizona, Novo México, Texas, Califórnia e outros.

Europa - O Dia dos Mortos, copiando a festa mexicana, se espalhou também pela Europa. Em muitos países de ascendência católica (Espanha e Portugal, por exemplo) o Dia de Todos os Santos e o Dia dos Fiéis Defuntos são feriados para que se possa visitar os cemitérios com velas e flores mas, também, para presentear as crianças com doces e brinquedos assim, celebrando a vida.

Em alguns países, como Polônia, Croácia, Suécia e outros, a tradição é acender velas e visitar os túmulos dos parentes falecidos, velando-os novamente. Na região do Tirol (Austria e Alemanha) deixam as salas das casas mais quentes, ornamenta-as e deixam bolos sobre as mesas, tudo para o conforto dos mortos. Na Bretanha, as pessoas vão aos cemitérios ao anoitecer para ajoelharem-se perante as lápides de seus entes queridos e ungirem-nas com água benta ou fazerem libações de leite nela. Na hora de deitar, o jantar é deixado na mesa para as almas.

Ásia - Nas Filipinas e outros países também católicos, o feriado chamado Araw ng mga Patay (Dia dos Mortos), Todos los Santos ou Undas (os últimos dois devido aos fato de serem celebrados em 1 de novembro), tem uma atmosfera mais de reunião familiar. As tumbas são limpas ou repintadas, velas são acesas e flores são oferecidas. Famílias inteiras acampam em cemitérios, e às vezes passam uma noite ou duas junto às tumbas de seus parentes. Jogos de cartas, comidas, bebidas, cantos e danças são atividades comuns no cemitério. É um feriado de muita importância para os filipinos (depois do Natal e da Semana Santa), e dias de folga são normalmente adicionados ao feriado, mas apenas o dia 1º é considerado um feriado regular.

Além de todo o movimento cultural, festas e, claro, a reverência que a data merece, a Unesco distinguiu a festividade indígena como Obra Mestra do Patrimônio Oral e Intangível da Humanidade declarando "...uma das representações mais relevantes do patrimônio vivo do México e do mundo, e como uma das expressões culturais mais antigas e de maior força entre os grupos indígenas..." e "...embora a tradição não esteja formalmente ameaçada, sua dimensão estética e cultural deve ser preservada do crescente número de expressões não indígenas e de caráter comercial que tendem a afetar seu conteúdo imaterial". Excelente iniciativa... lembrando da importância da cultura.