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30 dezembro 2017

Como vai ser o reveillon dos gaúchos.


Quem quiser curtir shows de queima de fogos, no Rio Grande do Sul, terá que se contentar com poucas opções. Muitas cidades, por conta da falta de recursos financeiros, não terão festas com queima de fogos - Porto Alegre e Caxias do Sul são os principais exemplos. Já outros confirmaram festividades pela espera do ano novo. Confira como será a festa da virada em algumas cidades:
A festa da virada, dessa vez, não será na Usina.
Porto Alegre, cancelou (mais uma vez) a festa com queima de fogos, terá poucas opções em clubes mas, em compensação, terá queima de fogos no Parque Marinha do Brasil e passeios com barcos, organizado pelos clubes náuticos da capital.
Em Viamão, a festa será na Praia de Itapuã e começa as 23 horas.
Já em Gramado o show da virada começa às 22h30 na Rua Coberta com queima de fogos, além extensa programação unindo os festejos do Natal Luz.

Gramado une o show da virada ao Natal Luz
Em Torres, um dos pontos mais tradicionais do litoral, a festa será na Praia Grande e terá apresentações musicais nacionais e regionais, contagem regressiva e, claro, show de fogos.
Em Tramandaí, a festa terá DJs na beira da praia e ao contrário de 2017, quando a festa foi cancelada por falta de dinheiro, 2018 deve ser recebido com a tradicional queima de fogos.
A vizinha Imbé, terá queima de fogos na Barra e shows com Doce Desejo e Lili Fernandez & Bando. Mariluz, também em Imbé, terá shows de Só Balanço Show e Portal G3.
Capão da Canoa fará sua festa de Réveillon 2018 na Avenida Beira Mar com apresentação da Orquestra de Teutônia, Michel Teló, no dia 30, e Munhoz e Mariano no show da virada. 

Michel Teló estará em Capão da Canoa
Em Arroio do Sal, a festa será com o rock dos Acústicos e Valvulados e show pirotécnico na Praça do Mar. Certamente, um dos melhores dessa virada.

Acústicos e Valvulados fará um dos melhores shows da virada
No litoral sul, Rio Grande não terá queima de fogos mas a festa será animada com atrações locais e, como em anos anteriores, no Campo do Praião, Cassino.

É isso, pessoal, aproveitem a sua festa, beba moderadamente e um ótimo ano novo a todos.

28 dezembro 2017

Porto Alegre ganha mais um espaço cultural.



Porto Alegre acaba de ganhar mais um espaço cultural, é o antigo Instituto de Química está em fase final do processo de restauração e está se tornando o mais novo centro cultural de Porto Alegre. O “quindão”, como foi apelidado por conta da côr ocre,  foi praticamente reconstruído para abrigar o espaço cultural, que terá dois auditórios de capacidade para 250 pessoas cada, salas multiuso, espaços para exposições e shows, lanchonete e cafeteria. Segundo o superintendente de Infraestrutura da universidade, Edy Isaias Junior, as obras no imóvel já estão em fase final e já prevê a inauguração para breve: “Estamos nos últimos detalhes internos, como revestimentos, colocação do mobiliário e a instalação de elevadores”.

A cor externa foi definida pelos historiadores que acompanham o projeto, que tentaram se aproximar das referências originais, já que, na época da inauguração, não havia fotografias coloridas.  Iniciada há cerca de quatro anos, a restauração também revelou algumas surpresas durante sua execução, conta o superintendente. “Descobrimos pinturas antigas e janelas que estavam escondidas. Algumas foram restabelecidas”, conta Isaias, que projeta a conclusão dos trabalhos em três meses. O superintendente destaca também que o prédio recebeu estrutura de climatização e acessibilidade e estará aberto à comunidade para receber eventos culturais.
A inscrição Escola de Engenharia, que está até hoje na fachada, não é um erro ou acaso e remonta às origens do próprio instituto - o curso de Química Industrial foi criado em 1920 e estava ligado à Engenharia. Na década de 1920, o curso vira Instituto de Química Industrial, e, na década de 1950, Engenharia Química. O prédio abrigou aulas teóricas e práticas de diversos cursos da Escola de Engenharia, e até da Faculdade de Filosofia.

Vida longa ao Instituto.

05 dezembro 2017

Cinquenta anos do Teatro de Arena.


Foto de Ramiro Furquim / Sul 21

Jovens atores formados pelo Curso de Arte Dramática da UFRGS, sob a liderança de Jairo de Andrade, realizaram a façanha de fundar o Grupo de Teatro Independente em 1966 e de – cerca de dezoito meses após – inaugurar a sua casa própria: aquele que seria um dos mais importantes teatros do Brasil.

A ousadia empreendedora do GTI revelou-se desde o início com a montagem itinerante de “A Farsa da Esposa Perfeita”, de Edy Lima. Deslocando-se de trem em direção à fronteira oeste do Estado, o grupo se apresentava nas várias cidades ao longo da via férrea; talvez uma façanha inédita em nosso país. Além disso, em 1967 – antes de “O Santo Inquérito”, de Dias Gomes, que inaugurou o Arena no mês de outubro – o GTI realizou no Theatro São Pedro e no Teatro Álvaro Moreyra (antigo Equipe) as montagens: “Ratos e Homens”, de John Steinbeck; “Esperando Godot”, de Samuel Beckett; Soraya Posto 2, de Pedro Bloch; “Um Elefante no Caos”, de Millôr Fernandes e “Um Demorado Adeus”, de Tennessee Williams.

A partir da instalação em sua arena, o grupo passa a atuar em todas as etapas da produção cênica a partir de uma tríplice preocupação: profissional, estética e política. Atores contratados, experientes diretores importados, refletores adaptados e montados no próprio Teatro que funcionavam a contento, venda antecipada de ingressos nos diretórios acadêmicos, parceria com a Casa Louro e outras lojas: a correta busca pela profissionalização.

A dimensão estética é contemplada pelo cuidado com as encenações e a criteriosa seleção dos textos. Buscam-se atores experientes e exige-se dedicação plena de todos, dando-se oportunidade aos talentos surgidos nos cursos. O diálogo com críticos e jornalistas é permanente. A musicalização dos espetáculos é confiada a Flávio Oliveira – compositor, professor e intérprete premiado e com experiência internacional. Jairo de Andrade sempre se preocupou em dar as melhores condições possíveis aos diretores, mesmo que isso, algumas vezes, implicasse prejuízo financeiro. Também por causa da escassez de recursos, algumas montagens não atingiram o nível desejado, fazendo com que os ensaios continuassem mesmo após a estreia. Numa montagem emblemática como “Mockinpott”, de Peter Weiss, em 1975, o diretor europeu José Luiz Gómez (trazido numa parceria com o Goethe-Institut) realizava ensaios diários que duravam até quinze horas e chegou a adiar duas vezes a estreia. O resultado estético compensou.

O enfoque político – resistência contra o autoritarismo governamental e a censura à produção artística – estava expresso nos textos escolhidos, nos debates realizados, na identificação com o pensamento democrático e de esquerda, na aproximação com as entidades estudantis, na solidariedade aos artistas perseguidos. Na denúncia de ações ridículas e absurdas. Exemplo do sequestro de velhas e inúteis carcaças de mosquetões, legalmente emprestadas pela Brigada Militar para uso cenográfico na peça “Os Fuzis da Senhora Carrar”, de Bertolt Brecht – ação de militares do Exército que invadiram o Teatro de metralhadoras em punho.

Os princípios que embasavam o trabalho do grupo estão expressos na publicação Teatro em Revista, lançada em 1968. No editorial do primeiro número da Revista – que tinha o jornalista Marcelo Renato como redator e o próprio Jairo como diretor – afirma-se o entendimento de que profissionalismo teatral é “não só buscar a sobrevivência econômica dentro da atividade do palco, mas a seriedade, honestidade e continuação de um trabalho que pouco a pouco vá consolidando a confiança e atenção do público”. Também nesse número, um artigo de Augusto Boal demarcava a posição do GTI/Teatro de Arena. “Dentro da esquerda, toda discussão será válida sempre que sirva para apressar a derrota da reação. (...) Reação é o atual governo oligarca, americanófilo, pauperizador do povo e desnacionalizador das riquezas do país... (...) são também os artistas de teatro, cinema ou TV que se esquecem que a principal tarefa de todo cidadão, através da arte ou de qualquer outra ferramenta, é libertar o Brasil do seu atual estado de país economicamente ocupado e derrotar o invasor, o ‘inimigo do gênero humano’...” Contra o chamado teatro digestivo: “Por que são tantos os grupos teatrais que se dedicam ao teatro apodrecido, teatro de mentiras, corruptor? (...) O povo e sua temática estão aprioristicamente excluídos. (...) Nossos artistas se atrelam aos desejos mais imediatos da corte burguesa, da qual são servis palhaços, praticando um teatro de classe, i.é., um teatro da classe proprietária, da classe opressora. A consequência lógica é uma arte de opressão.”

Por isso o Arena montou Dias Gomes, Sartre, Nelson Rodrigues, Bertolt Brecht, Plínio Marcos, Ésquilo, Augusto Boal, Gianfrancesco Guarnieri, o premiado “Mockinpott”, Ivo Bender, Teatro Jornal, César Vieira... Para fazer um teatro instigante, provocador, inteligente. Priorizando a temática dos injustiçados e dos oprimidos. Priorizando a temática da resistência.

No final de 1971 entra em cena Marlise Saueressig e o Arena inicia uma nova fase. Excelente atriz, Marlise recebeu o prêmio revelação em 1973 e o Açorianos de melhor atriz em 1977. No Festival de Cinema de Gramado de 1979 conquistou o Kikito de melhor atriz por sua atuação em “Os Muckers”, de Jorge Bodansky e Wolf Gauer. Durante uma década, Marlise dedicou-se totalmente ao Teatro de Arena como atriz, produtora e professora de linguagem corporal. Ela e Jairo percorreram boa parte do Brasil ministrando cursos e apresentado espetáculos do repertório do Arena. Além disso, junto com Carlinhos Hartlieb, foi responsável pela realização das Rodas de Som, de significativa importância na renovação qualitativa da música urbana rio-grandense.

Contudo, o Teatro de Arena passou por momentos muito difíceis. Foi perseguido política e economicamente, acumulando dívidas que levaram ao seu fechamento em 1980. Desativado durante nove anos foi, por pressão do meio cultural, adquirido pelo Governo do Estado e amplamente reformado para voltar a funcionar como teatro.

Por tudo isso é significativo que, neste 2017 quando o Teatro de Arena completa 50 anos, seu palco receba a bela montagem de Senhora das Armas, uma revisão de Gil Collares para o famoso texto de Bertolt Brecht, mostrando o atualíssimo drama da juventude negra assassinada nas favelas de nosso país.

Para isso o Teatro de Arena foi criado. Para produzir arte de qualidade em sintonia com o seu tempo e com o seu povo!

“O Teatro de Arena foi um lugar onde as pessoas lutaram pelo que acreditaram e tentaram ser felizes. Hoje estamos tranquilos porque sabemos que, com tudo o que passou, o Arena jamais vai deixar de ser o que foi na nossa época: antes de tudo um teatro.”

- Hamilton Braga é professor, produtor cultural e um dos fundadores do Teatro de Arena - para o jornal Correio do Povo, de Porto Alegre, RS. 

Os Discocuecas - rock e humor no rádio.

Travi, Julio, Roncaferro e Badarok - 1983.


Em 1977, teve inicio Os Discocuecas, um programa de rádio que informava, mostrava a cultura da capital com muito deboche e rock and roll. Afinal, os caras eram da área. 

Tudo começou com Julio Fürst que, no seu programa da rádio Continental, encarnava o Mestre Julio, parodiando peças de comerciais e fazia sátiras de músicas e personagens da época. O sucesso foi instantâneo que, ele resolveu convidar os amigos Beto Roncaferro (Jorge Gilberto Dorsch), Gilberto “Bagual” Travi e Toninho Badarok (João Antônio Araújo) para assim, ampliar o time e levar a ideia para os palcos. Estava criado Os Discocuecas.

Com um humor afiado, eles aproveitam o lançamento de Love to Love you Baby, de Donna Summer, filme Embalos de Sábado à Noite, de John Badham, a novela global Dancin' Days (entre outros) e passam a zoar com tudo e todos. Embalados pela moda, elas lançam, em 1978, É Só Dançar e A Nonna Viu, uma versão de In the Navy, do Village People, cantada sobre a base sonora original.

Logo em seguida, Julio Fürst passa a trabalhar a estruturação de uma rádio jovem que, mais tarde, vai dar origem à Atlântida FM, da RBS. Aproveitando a "carta branca" do diretor Ruy Carlos Ostermann, estreia às 13h de domingo o Discocuecas em Curto-circuito, abrindo as jornadas esportivas da emissora e, durante uma hora, dedica-se ao deboche sem poupar nem os patrocinadores. Cerâmica Cordeiro,por exemplo, ganhou o slogan  “O barro que não tem cheiro”.
Eles criam a radionada esportiva (jornada é coisa de jornal, segundo eles) e formam uma equipe de esportes com diversos personagens sempre parodiando, informando, acompanham as partidas e deixam a bola picando para o humor. E sempre com musica (rock é claro).

Além do futebol, eles também transmitiam competições esportivas, como jogos de amarelinha, palitinho ou cinco-marias e corridas de aro de bicicleta.

O programa (e suas apresentações) tiveram grande exito e sucesso porém, com a saída de Ostermann da direção da rádio, o Discocuecas em Curto-circuito é cancelado. O grupo passa a se dedicar, então, a shows, gravando também alguns discos. Em meados de 1983, o programa volta ao ar, por um período, na Universal FM, nos sábados, das 19 às 20h. Torna-se, assim, o primeiro humorístico transmitido em frequência modulada no Rio Grande do Sul. Nos anos seguintes, de modo esporádico, a comicidade dos Discocuecas aparece na forma de quadros em programas como Gaúcha Fim de Semana e Gaúcha Hoje, na Rádio Gaúcha AM. O grupo despede-se em 1997, com a gravação do CD Metamorfose.

Volta e meia, Beto Roncaferro, João Antônio "Toninho Badarok" e "mestre" Julio Fürst lançam alguma insanidade e retomam os show - o quarto elemento, Gilberto "Bagual" Travi, morreu em 2011. 


Quer escutar as musicas dos caras? Confere... https://www.discogs.com/artist/1807848-Discocuecas