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03 novembro 2017

Halloween, o Dia dos Mortos e o que Orson Welles tem a ver com isso.

Mundialmente conhecido como Halloween, aqui no Brasil e em outros países latinos é chamado de Dia das Bruxas. Nessa data (feriado em alguns países, inclusive) tem-se o hábito de assustar as pessoas, ir de porta em porta pedindo guloseimas, enfeitar as casas com símbolos "assustadores" e participar de festas a fantasia vêm se tornando mais comuns. Mas, de onde vem essa cultura?


A origem desses costumes tem muito pouco a ver com o significado que essa festa popular adquiriu com o passar do tempo. O Halloween tem suas raízes na cultura européia, mais precisamente no Reino Unido e não na cultura americana, como muitos pensam. Seu nome deriva de "All Hallows Eve". Os ingleses usavam os termos da cultura celtas "Hallow"  e "eve" que, na lingu-agem antiga queria dizer "santo" e "véspera". Ou seja, fazia referência, até o século 16, à véspera (noite anterior) ao Dia de Todos os Santos, celebrado em 1º de novembro.

Além da explicação etimológica, a cultura religiosa-pagã tem outra origem para o Halloween moderno. E bem diferente.

Durante o século 17 acontecia um festival pagão que fazia referência a origem do Halloween: o festival celta de Samhain ou simplesmente,  "fim do verão".

O Samhain durava três dias, começando em 31 de outubro e era uma homenagem ao "Rei dos Mortos". O ritual do Samhain era marcado pela fogueira e celebrava a abundância de comida após a época de colheita. Porém, sua comemoração, linguagem e simbologia mudavam conforme a região.

Galeses celebravam o seu "Calan Gaeaf", assim irlandeses e escoceses também tinham o seu Samhain.


O Dia das Bruxas como conhecemos hoje, tomou forma por volta do século XV, quando fogueiras tornaram-se populares a partir do Halloween. Elas eram usadas na queima do joio (que celebrava o fim da colheita no Samhain), como símbolo do rumo a ser seguido pelas almas cristãs no purgatório ou para repelir a bruxaria e, principalmente, a peste negra.

Outro costume de halloween era o de prever o futuro - previa-se a data da morte de uma pessoa ou o nome de seu futuro marido ou mulher. Existia até escritos, como o poema do escocês Robert Burns que descreve as formas pelas quais se podia descobrir quem seria seu grande amor.

Alguns dos rituais de adivinhação são usados até hoje, nas festas, como, por exemplo, "pescar" maçãs numa tina com água, com a boca, e adivinhar as iniciais, "ler" cascas de noz ou olhar um espelho e pedir ao diabo para revelar a face da pessoa amada.

Durante o festival, na Europa, as igrejas badalavam seus sinos por toda a noite. Uma prática tão incômoda que fez o rei Henrique 3º e a rainha Elizabeth tentaram proibi-la, mas não conseguiram. 

E a festa chegou à América... 

Durante o período conhecido na Irlanda como a "Grande Fome" mais de um milhão de pessoas imigraram para os EUA, levando as suas tradições. Não por acaso, as primeiras referências ao halloween, na América, aparecem pouco depois disso. 

A princípio, as tradições do Dia das Bruxas nos Estados Unidos uniam brincadei-ras comuns no Reino Unido rural com rituais de colheita americanos. As maçãs usadas para prever o futuro pelos britânicos viraram cidra, servida junto com rosquinhas, ou doughnuts em inglês. O milho era uma cultura importante da agricultura americana - e acabou entrando com tudo na simbologia caracterís-tica do Halloween americano. Tanto que, no início do século 20, espantalhos - de colheitas de milho - eram muito usados em decorações do Dia das Bruxas.

Foi nos EUA também que a abóbora passou a ser sinônimo de halloween. No Reino Unido, o legume mais "entalhado" ou esculpido era o turnip, um tipo de nabo. Uma lenda sobre um ferreiro chamado Jack que conseguiu enganar o dia-bo e vagava como um morto-vivo deu origem às abóboras iluminadas que se tornaram o principal símbolo do halloween americano.

Já a tradição de "doces ou travessuras" é bem americana. Na Europa medieval pedia-se repolhos, nos EUA doces, a partir dos anos 1920.

Mas, as brincadeiras podiam ficar violentas, como ocorreu durante a Grande Depressão, e se popularizaram de vez após a 2ª Guerra Mundial, quando o racionamento de alimentos acabou e doces podiam ser comprados facilmente.

Mas o que Orson Welles tem a ver com o halloween?

Wells durante a transmissão de Guerra dos Mundos
A tradição mais popular do Halloween (fantasias e sustos) veio após a trans-missão da adaptação do livro Guerra dos Mundos, do escritor inglês H.G. Wells, que gerou uma grande confusão quando foi ao ar, em 30 de outubro de 1938. Ao conclui-la, o ator e diretor americano Orson Welles deixou de lado seu personagem para dizer aos ouvintes que tudo não passava de uma pegadinha de Halloween e comparou seu papel ao ato de se vestir com um lençol para imitar um fantasma e dar um susto nas pessoas.

Hoje, o Halloween é o maior feriado não cristão dos Estados Unidos. Em 2010, superou tanto o Dia dos Namorados quanto a Páscoa como a data em que mais se vendem chocolates e, com o passar dos anos, foi "exportado" para outros países, entre eles o Brasil. Por aqui, desde 2003, também se celebra neste mesma data o Dia do Saci, fruto de um projeto de lei que busca resgatar figuras do folclore brasileiro, em contraposição ao Dia das Bruxas.


Feliz Dia das Bruxas... ou Halloween, como preferir.

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